7.4.15

A Espessura é Branca


























"Não é uma escrita invulgar mas como as ervas 
 pobres. Como as pedras.

 Tu poderás captar o esplendor.
 Chamar-lhe-ás suave sob um sono de árvores.

 Caminharás entre as plantas. Sentirás a sua sede.
 E o olhar abrir-se-á no escuro fresco.

 Ninguém te dirá que não te perdes na 
 densa água negra ou no branco papel.

 Nunca apagarás o desejo. Nem desistirás de procurar o lugar 
 ainda que lhe chames ausência.

 Procura e não procures. Não existe um centro.
 Mas a clareira por vezes 
 de súbito retém-nos."

 António Ramos Rosa in Circulo Aberto, Excerto do poema "A Espessura é Branca", 
 Editorial Caminho, Lisboa, 1979












































https://www.youtube.com/watch?v=rkkBWWpPcdc

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